Em homenagem ao Dia Internacional do Deficiente Físico (DIA 03 DE DEZEMBRO)
Por Walcyr Carrasco
Estou no Aeroporto de Congonhas, que acaba de passar por uma tremenda reforma. Pego o cartão de embarque. Vôo imediato. Decolo pelo saguão. Aterriso na escada rolante. Alço vôo até o portão de embarque. Sou um dos últimos passageiros a entrar. Sento, exausto. Ótimo. Valeu por uma aula na academia! Só não perdi o vôo porque fui a jato. Mas e se tivesse mais idade ou alguma deficiência física?
Os grandes aeroportos internacionais dispõem de esteiras rolantes. É fácil ir e voltar. Tanto Congonhas como Guarulhos não as possuem. Ao se realizar a ampliação, por que não colocaram as tais esteiras, que facilitam a locomoção de idosos, crianças, deficientes e das pessoas em geral, impedindo inclusive que tropecem umas nas outras na correria?
Fazem-se as obras, mas sempre falta algo. (...)
Eu dou graças a Deus todos os dias por não ser um deficiente e obrigado a viver em uma cidade como a nossa. Lançam-se exigências para facilitar acesso aos deficientes físicos. Todos os teatros e museus são obrigados a ter, por exemplo. Outro dia fui até o Museu da Língua Portuguesa. Tem uma bela rampa. Procurei um acesso correspondente na calçada e não encontrei. Não há também na ilha que separa o museu da Pinacoteca. Na maior parte dos teatros é assim. Se o deficiente conseguir chegar até a porta, há o acesso. Mas como vai até lá? Voando? Por ser deficiente físico não tem direito a atravessar uma rua, já que as calçadas na sua maior parte não facilitam? A preocupação existe. Seria ótima, se não faltasse uma coisa aqui, outra ali...
(...)
Perdi o fôlego! Quanto mais penso, mais lembro. A cidade possui obras e projetos maravilhosos. Idéias não faltam. Mas o duro é que...sempre falta alguma coisa.
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